O Vale do Silício é um grande subúrbio, cidades pequenas com downtowns movimentados, alguns desses centros comerciais contam com ótimos lugares para passar o dia entre bagels e cafés, sempre acompanhado de uma boa e gratuita rede wi-fi.
A primeira vista parece ser aquele lugar “chato” que você nunca quis morar. É bem verdade que você não encontrará grandes centros de compra, a menos de incríveis Apple Stores. Mas se você for empreendedor ou aspirante a empreendedor, o Vale abriga lugares realmente incríveis além de empresas como Google e Facebook!
Empresas do Vale do Silício são criadas em cafés
Este clima vai além de dias agradáveis de trabalho, neste cenário pacífico que o Vale do Silício ferve de idéias e negócios inovadores.
Estou com minha startup sendo acelerado no programa internacional da Plug and Play Tech Center, uma das aceleradoras mais tradicionais do Vale que abriga mais de 300 empresas (fora as startups) no seu prédio em Sunnyvale. Para ter uma idéia do portifólio criado nos últimos anos, uma das startups investida pelos fundadores da PnP foi o PayPal, uma das maiores empresas de fintech – tecnologia para o setor financeiro do mundo.
Paypal foi criada dentro de um café
O PayPal tem uma das histórias mais incríveis de negócios que nasceram no Vale na geração pós internet. Há quem diga que o PayPal redefiniu o sucesso no Vale do Silício.
Como tudo começou?
Com a idéia de possibilitar pagamento através de dispositivos mobile Max Levchin, Peter Thiel, e Luke Nosek juntaram-se a Elon Musk para dar vida a este ousado negócio no final dos anos 90. O objetivo do time ia além de criar uma solução incrível, queriam construir uma empresa incrível.
“Quando começamos o PayPal, lembro de uma das primeiras conversas que tive com Max, falava querer construir uma empresa onde todos seriam grandes amigos, não importava o que aconteceria com a empresa, as amizades iriam sobreviver” disse o ex-CEO Peter Thiel.
Muito bom, mas o que a história do PayPal tem haver com os cafés do Vale? Tudo! Fala-se por aqui que as primeiras reuniões dos fundadores aconteceram no Red Rock Coffee em Mountain View, um dos lugares mais legais que encontrei por aqui.
Vivemos num momento onde as necessidades sociais é tão importante quanto a necessidade de sobrevivência. São locais como o Red Rock que os empreendedores do Vale trocam cartões e compartilham conhecimento sem restrições ou medos. Esta atitude é fundamental para que muitos e inovadores negócios surjam o tempo todo.
Por que o Vale do Silício é bom para empreendedores?
Em um dos ensaios que mais gosto do Paul Graham, ele lista 18 erros comuns cometidos por empreendedores que falharam. Um dos pontos é “começar um novo negócio no lugar errado“, é sempre bom estar próximo do seu público-alvo, contudo iniciar um negócio num ecossistema maduro, com diversidade de pessoas vai fazer toda a diferença.
Qual perfil melhor define um empreendedor numa startup no Vale do Silício?
Provavelmente seja um jovem desenvolvedor que vira a noite tomando redbull e trabalhando na “tela preta”.
No vale tem empreendedor assim, claro, mas a variedade de perfis, idades e experiências permite encontrar pessoas incríveis para trocar boas idéias, como é o caso do meu novo amigo, Bernhard Kerres.
Permissão para escrever em inglês: My new friend, Bernhard Kerrs an Austrian Opera Singer in Silicon Valley, is the founder of Hello Stage, is an independent online platform for the classical music community for connect musicians, ensembles, managers, and promoters in the classical music world.
Read your text about the network effect in Silicon Valley.
Se permita errar
Outro fator que torna o Vale um lugar diferente é que aqui nem empreendedores nem investidores têm medo de errar, o erro é parte do processo. Se você é empreendedor e já quebrou duas ou três empresas significa que você aprendeu mais do que quem não quebrou ainda, com isso o investidor sente-se mais seguro para investir.
Voltando aos cafés…
Além dos conhecidos Starbucks e Philz, outros cafés do Vale se tornaram aconchegantes espaços de coworking, bons para encontrar outros empreendedores e possíveis mentores, como Brad Feld que frequentam o Coupa Café em Palo Alto.
Um dos lugares que adotei para trabalhar em Palo Alto foi o HanaHaus, diferente dos cafés mais populares que se transformaram em espaços de coworking.
O HanaHaus foi um tradicional cinema dos anos 20 que se transformou num espaço colaborativo, com um café, claro!
Bonito e agradável desde a entrada, este espaço lhe permite compartilhar mesas com alunos de Stanford, funcionários de grandes empresas, empreendedores e até investidores de Venture Capitals americanas.
Além do maior espaço de que conheci [até agora], o HanaHaus tem um clima tão agradável pra trabalhar durante o dia que a hora para sentar numa cadeira do coworking é disputada pelos frequentadores. O HanaHaus é, sem dúvida um dos espaços mais incríveis para trabalhar no vale, o coworking em si já é muito bom, mas eles colocaram um dos melhores cafés vendidos nos EUA, o Blue Bottle Coffee, de Oakland.
O caso BlueBottle
Não posso terminar o texto sem contar o caso do Blue Bottle Coffee. No Vale eu descobri que os investidores de startups colocam dinheiro em tudo, tudo mesmo, inclusive no Blue Bottle Coffee!
Dica: Quando for em algum Blue Bottle Coffee experimente New Orleans ($4).
Com duas rodadas de investimento, a marca de café já levantou quase $50 milhões de dólares, o dado curioso, na primeira rodada um dos investidores foi o Google Ventures, como mostra seu perfil no CrunchBase.
Gostaria de ouvir sua opinião. E se você gostou deixe seu comentário abaixo. ☺
Este post foi escrito por Luiz Fernando Gomes durante o processo de aceleração de sua startup no Vale do Silício.
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