Missão no Vale do Silício
Graava
A primeira visita do segundo dia da Missão no Vale o Silício foi na Graava, onde os três co-fundadores: Bruno Gregory, Marcelo do Rio e Márcio Saito estão focados em uma nova tecnologia que pretende revolucionar a maneira como as pessoas vão compartilhar suas memórias. Inicialmente o foco da empresa era construir uma câmera em que seria possível editar vídeos, mas as estratégias mudou e o objetivo agora é resolver o maior problema dos usuários: a edição dos vídeos.
Você provavelmente já foi viajar e retornou com centenas de fotos e horas de vídeo que por falta de tempo ou conhecimento ficaram esquecidos na gaveta. Correto? O intuito será resgatar os melhores momentos da sua viagem. Ao invés de gastar horas para editar um vídeo, a Graava vai usar seu software, sensores e inteligência artificial para identificar automaticamente os momentos mais emocionantes da sua viagem fazendo um vídeo com as cenas imperdíveis, seu trabalho é somente apertar o botão.
Bruno Gregory, nos explicou sobre como surgiu a ideia da Graava. Ele e um amigo estavam andando de bicicleta quando um carro bateu neles e saiu sem prestar socorro. A câmera que seu amigo trouxe para filmar o passeio ajudou a identificar a placa do carro que bateu neles, a qual foi entregue a polícia que conseguiu prender o motorista no mesmo dia. Assim, o conceito inicial era criar uma câmera de segurança para atletas. Depois surgiu o problema da bateria, como fazer ela durar horas e ser compacta, e ao invés de filmes, a câmera fazia fotos. Mas o que fazer com 5 mil fotos ao chegar em casa? Foi então que surgiu a necessidade de um software que facilitasse a edição.
[gdlr_quote align=”center”]”A postagem de um vídeo original por pessoas comuns ainda é muito pequena porque as pessoas não têm as ferramentas certas. A Graava vai identificar as experiências que tornam um momento memorável permitindo aos usuários gravar, fazer upload, editar, publicar apenas com toque de um botão. Bruno Gregory.” [/gdlr_quote]
Assista o vídeo para conhecer mais sobre a Graava:
Depois de apresentar a câmera e falar sobre a mudança das estratégias, Bruno comentou sobre a necessidade de ter um bom time para executar o projeto e cumprir os deadlines, que atrair as pessoas é um dos pontos mais complexos do Vale e a falta das pessoas chaves pode atrasar o andamento do projeto ou a direção do produto. A segunda é que a concorrência por aqui é enorme. No Brasil se você tem uma ideia bacana e lança isto no mercado, demora mais para que os concorrentes consigam tomar uma ação. Já no Vale do Silício se você parar o teu concorrente te atropela. É preciso ter foco, porque se as empresas quiserem copiar vai ser rápido!
Bruno apresentou o projeto para alguns investidores e entre eles estava o Marcelo do Rio. Marcelo também é fundador da cervejaria Devassa, ele confessa que é muito ligado em marcas e de cara gostou do nome e se empolgou com a Graava. No entanto, ele não queria apenas investir, mas sim ajudar o negócio acontecer e se tornar um sócio. Juntos Marcelo e Bruno fizeram pitches, levantaram capital e validaram a ideia. Depois Marcio Saito que foi CTO da Cyclades, a primeira empresa de tecnologia brasileira que foi sucesso no Vale do Silício se juntou ao time.
[gdlr_quote align=”center”]”Os caras que são profissionais em destruir qualquer projeto estavam interessados na Graava, verificando se nós já tinhamos nos preocupado com a patente, foi muito motivador. Mas também é interessante comentar quanta porrada a gente levou. Bruno Gregory.”[/gdlr_quote]
Marcelo falou sobre sua vinda para o Vale do Silício, comentou que contratar engenheiros custa caro e que muitas vezes o jogo se inverte e é o próprio colaborador que entrevista a empresa, que para atrair e manter os melhores talentos, a empresa precisa oferecer excelentes benefícios e uma alternativa são as equities. Mencionou sobre a importância dos profissionais de relações públicas e da mesma forma, que além de custar caro, estes profissionais podem escolher se querem sua empresa como cliente. A reputação fala mais alto que o dinheiro. Também comparou o custos de se ter uma empresa no Brasil em relação aos Estados Unidos.
Muitos dos participantes que estavam certos sobre trazer suas empresas para o Vale começaram a repensar suas estratégias depois desta conversa.
HandsOn TV
Logo depois os participantes encontraram com Martin Spier da HandsOn TV, uma plataforma de vídeos, no estilo do Youtube, mas com foco no tema empreendedorismo. Ela é feita por empreendedores para empreendedores.
Martin iniciou a conversa abordando um dos temas citados anteriormente – a dificuldade em que as startups tem em contratar engenheiros de software no Vale do Silício. Falou sobre salários, benefícios, férias, seguro saúde.
Ele disse que muitas startups começam num modelo que ele costuma chamar de “fogaredo” que é quando você coloca todo o dinheiro que tiver de uma vez só, e tenta queimar o mais rápido possível, de modo que possa fazer o negócio crescer o mais rápido que puder. Se em 6 meses ou ano o negócio não deslanchar, bola pra frente, desiste da ideia e parte para a próxima.
Este é o negócio tradicional e o que os VC’s estão buscando. Se você não se encaixa neste modelo dificilmente vai conseguir um funding. A ideia é que alguns não vão dar certo, mas os que derem podem valer milhões e superar os investimentos.
No caso da HandsOn eles optaram por uma estratégia diferenciada e mais a longo prazo onde podem ter mais flexibilidade. No entanto, Martin explicou que o negócio cresceu além do esperado e o time teve que crescer, eles optaram por ter o time no Brasil. Ele mencionou sobre as estratégias de negócio da HandsOn e comparou como as companhias atuam no Vale.
Martin também trabalha como Senior Performance Engineer na Netflix.
Red Rock Coffee
Depois de um bom bate e papo e muito aprendizado, o grupo fechou o dia visitando o Red Rock Coffee, que fica na Castro, uma das ruas mais populares de Mountain View. O café é um dos mais populares do Vale do Silício por servir de ponto de encontro para vários empreendedores e investidores. Muitos negócios acabam acontecendo entre os cafés por ali. Reza a lenda que foi no Red Rock que surgiu o PayPal, por exemplo.
Vamos lá tomar um cafezinho, vai que dá sorte! Brincavam os empresários.
A sexta Missão no Vale do Silício foi realizada pela A Magia do Mundo dos Negócios em parceria com a BWi Participações e o Acontece no Vale.