Dizem que é necessário uma hora por dia para que a pessoa se adapte ao jet lag, que é uma desordem temporária que causa insônia devido a diferença do fuso-horários entre países. San Francisco tem 4 horas a menos em relação ao horário de Brasília, mas como a Missão no Vale do Silício teve 4 dias, quando deu tempo de se adaptar os participantes já estavam arrumando as malas para voltar. Tempo é dinheiro em qualquer lugar do mundo e se está cansado, vai cansado mesmo.
Missão no Vale do Silício – Primeiro dia
Plug and Play Tech Center
A primeira visita foi na Plug and Play Tech Center, que fica em Sunnyvale onde o grupo pode conhecer toda a estrutura e filosofia de uma das aceleradoras mais conceituadas do Vale, que viabilizou investimentos diretos para 180 fundos de venture capital, sedia mais de 365 eventos por ano e conta com 300 corporações parceiras. Mais de 350 startups foram aceleradas e eles já levantaram aproximadamente de $3,5 bilhões de investimentos.
A Plug and Play criou um principais ecossistemas para empreendedores no mercado e atua na Alemanha, Áustria, Canadá, China, Cingapura, Coréia do Sul, Espanha, Filipinas, Finlândia, Hungria, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Polônia, Turquia, Uruguai e no Brasil, onde possuem uma parceria com a Oxigênio Aceleradora. As 5 empresas selecionadas são aceleradas por três meses no Centro de Inovação da Oxigênio, em São Paulo e depois os empreendedores vão para o Vale do Silício para a segunda etapa de aceleração, por até três meses, dentro da Plug and Play no Vale do Silício.
Esta aceleradora é separada por áreas e as principais englobam FinTech – finanças e segurança, internet das coisas, mídia & mobile, varejo, viagem e hospitalidade, saúde, mobilidade, seguros e aplicações corporativas.
Todas as startups recebem um investimento inicial para aprimorar o produto ou ajustar o modelo de negócio, têm acesso a uma rede fantástica de networking, mentores que são referência no mercado que atuam, suporte legal, contábil, ferramentas e e serviços com preços reduzidos. Podem usufruir do escritório, espaço para eventos e interagir com empreendedores de diversas partes do mundo. OneTwo, TraktoPRO, TruckPad e Zase, Cabe na Mala, Fleety, Lotebox, NutriSoft são alguns nomes de startups brasileiras que já passaram por lá.
Almoço com Michelle Messina
Uma pausa para o almoço recheado de trocas. Michelle Messina é responsável pela direção global da empresa de consultoria estratégica Explora International e tem um currículo admirável. Ela é empreendedora, consultora especializada em inovação, aceleração de negócios, desenvolvimento de produtos, tecnologia, empreendedorismo e liderança.
Nos Estados Unidos, faz parte de um programa para estimular a prosperidade das mulheres liderando pequenas e médias empresas nas Américas, com foco em parcerias governamentais, capacitação e parcerias público-privadas.
Ela tem experiência não só no Vale como em Singapore e Israel, que são considerados os 3 ecossistemas mais inovadores do mundo. Já fez palestra em diversos países, entre eles o Brasil e é autora do livro Decoding Silicon Valley, o qual todos receberam um exemplar.
Durante o almoço os participantes puderam fazer perguntas sobre como funciona o mercado, como testar um produto, abrir uma empresa, a importância das universidades para o ecossistema no Vale, entre outras questões. Pode falar português, diz ela que se arrisca no idioma e brinca: se o Trump ganhar as eleições me mudo para o Brasil, ou não!
Stanford University
O grupo foi recebido em Stanford por Rodrigo Barbosa, Doutorando na Universidade tecnológica do Paraná que contou sobre as principais diferenças de estudar no Vale do Silício em relação ao Brasil, falou sobre a importância de projetos, sobre a necessidade de mudar o sistema de educação do Brasil e juntar a academia, iniciativa privada e governamental para desenvolver novos negócios.
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Stanford é uma universidade focada em pesquisas, mas o que tem de diferente do Brasil? Não existe a mágica, existe o trabalho e relação da universidade com a iniciativa privada e o governo. Nós como empresários temos que pensar, como vamos nos aproximar da universidade. Esta relação entre as 3 instituições é extremamente importante para o desenvolvimento do país. Aqui tem mais apoio e estímulo. Além disso, tudo é baseado na necessidade das pessoas, eles põe a mão na massa e resolvem problemas reais.
O que eu estou fazendo aqui? Eu quero levar a mensagem de mudança, não só nas universidades mas no ambiente empresarial. O que as nossas empresas estão fazendo não perde para as que estão aqui, mas nós precisamos buscar um pouco do que acontece por aqui, discutir e integrar. Rodrigo Barbosa.
Diogo Tercílio Moreira Neto que está no Vale do Silício empreendendo, guiou os participantes da Missão em um tour pela Main Quad e pela escola de engenharia de Stanford. (Mas o tour no campus de Engenharia vamos explicar em um próximo post).
Logo depois a visita foi no Google, onde fomos super bem recebidos pela equipe de vendas do Google Api e pudemos conhecer as estratégias de venda para a América Latina, especificamente Brasil.
Elas mencionaram as regalias e benefícios dos Googlers, mas o foco foi nos desafios para cumprir as metas da empresa. Acha que é fácil?
Muitos empresários acharam fantástico a forma como eles trabalham e já verificaram oportunidades de adaptar seus negócios.
Para mim que trabalho diretamente na área de vendas de uma empresa especializada em desenvolvimento de software para varejo, a visita superou as expectativas.
Ricardo Marques da ACSN.
Silicon House
A Andrea Litto da Silicon House literalmente abriu as portas da sua casa para os empresários que foram recepcionados com queijos, vinhos, entre outras guloseimas. Aliás, foi assim que a casa surgiu. Andrea estudou fotografia, culinária, teve uma empresa de catering, trabalhou com vários VC’s e foi criando uma rede de networking. Ela juntou sua paixão pela cozinha e o prazer de receber amigos na Silicon House.
A Silicon House já recebeu mais de 100 pessoas de diferentes países, entre eles empresários, executivos, investidores, professores, estudantes ou apenas os entusiastas de inovação. Eles oferecem programas de 5 à 21 dias para empreendedores que desejam ficar imersos na cultura do Vale.
Taciana Mello sua sócia falou que muitos empreendedores tem uma ideia equivocada sobre o Vale do Silício. Ela explicou sobre as origens e valores do Vale e como saber sobre alguns fatos pode fazer toda a diferença para conseguir ter uma ideia mais sólida sobre este ecossistema, pois não existe um de/para do que é praticado aqui e o que é aplicado no ambiente empresarial brasileiro. Ela falou sobre risco, fracasso, diversidade, aprendizado e o que faz do Vale do Silício uma área tão única.
Nós brasileiros temos aversão ao risco, o entendimento aqui é diferente, o risco faz parte do processo e o fracasso não é necessariamente o oposto do sucesso. Taciana Mello.
Max Martin, Wedge Martin e Raphaella Silva, exemplificaram um pouco de tudo que Taciana mencionou compartilhando suas experiências de sucesso e fracasso, respondendo várias dúvidas e oferecendo conselhos valiosos nesta jornada empreendedora no Vale do Silício.
Foi uma noite de muito agradável e com certeza a percepção sobre o Vale nunca mais será a mesma depois deste dia.
A sexta Missão no Vale do Silício foi realizada pela A Magia do Mundo dos Negócios em parceria com a BWi Participações e Acontece no Vale.