Parece que o Vale do Silício está mesmo em busca de novos “Mark Zuckerberg’s”. As empresas buscam jovens com soluções novas para problemas antigos e a idade é um fator que realmente importa na hora de uma nova contratação.
Idade é importante para trabalhar no Vale do Silício
Outro dia me questionaram sobre o limite de idade para trabalhar no Vale do Silício e confesso que a pergunta não fez sentido algum pra mim. Como assim limite de idade? De onde as pessoas estão tirando esta informação? Que diferença faz se um profissional tem 25 ou 35? E ter 35 não significa mais anos de experiência, o que é ainda melhor para a empresa?
Depois de ouvir boatos sobre esta “discriminação” com relação a idade e participar de muitos eventos onde a questão “ser considerado velho ” sempre vir a tona, percebi que o fator idade realmente importa na hora da contratação. A idade média dos funcionários do Facebook e do LinkedIn, por exemplo, é de 29 anos, no Google é 30 e o próprio Mark Zuckerberg afirma que prefere contratar jovens mencionando que eles são mais espertos. Muitas empresas afirmam que 30 – 35 anos é a idade ideal. Entenda porque a idade importa:
Quanto mais jovem, mais fértil!
Se você é daqueles que pensa que quanto mais velha a pessoa for, mais experiente ela será, saiba que esta teoria não funciona no Vale do Silício. Muitas empresas de capital de de risco afirmam que preferem financiar empreendedores jovens. Teoricamente se você tiver mais de 35 anos pode ser considerado velho demais para inovar. O perfil do empreendedor “perfeito” segundo muitos especialistas é o “moço” inteligente o suficiente para entrar numa universidade top de linha e esperto o suficiente para “deixar seu curso de lado” e investir em um projeto milionário. Ou então, aquele que ao invés de uma universidade tradicional com duração de 4 anos, opta por uma de curta duração para focar no que realmente precisa aprender e te coloca em contato com investidores em meses ao invés de anos! Os jovens representam a maior taxa na criação de empresas inovadoras e de aplicativos móveis. Enquanto seu pai insiste pra você largar o celular, muitas empresas valorizam o fato de você ser expert em mídias sociais. Este vídeo explica muito bem porque o Silicon Valley é considerado um paraíso para os jovens.
Jovens não tem vícios de trabalho
No Brasil muitas empresas preferem contratar pessoas que não tem experiência e oferecer um treinamento específico de acordo com as suas preferências do que recrutar quem já possui vícios de trabalhos anteriores. Parece que o mesmo se aplica no Vale, enquanto trabalhadores mais velhos, da área de tecnologia são especialistas na construção e manutenção de sistemas, linguagens e arquiteturas antigas, os jovens têm uma enorme vantagem pois além de não serem viciados com o passado conhecem tecnologias que recém foram lançadas. Estamos falando na era dos carros autônomos, impressoras 3D, realidade virtual, inteligência artificial. Grande parte dos empregos que estão surgindo requerem estas habilidades novas. Nem mesmo o currículo das universidades abordam certas disciplinas e jovens estão ali para aprendê-las. Enquanto os “tiozãos” estão focados no trabalho, os jovens estão conectados o tempo inteiro.
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Jovens aceitam ganhar menos
Um profissional com 10 anos de experiência pode exigir um salário compatível com seu currículo, já o jovem recém graduado aceita metade do salário para adquirir experiência. Por que raios os empregadores vão preferir pagar um salário de $150 mil por ano para um trabalhador com experiência muitas vezes considerada irrelevante se eles podem contratar dois recém graduados por $75 mil cada? Além disso, o jovem tem idéias fresquinhas que recém aprendeu na graduação e não precisa ir para casa cedo por causa dos filhos.
Jovens falham e aprendem rápido
Há alguns anos o profissional bem sucedido era aquele que construía uma carreira duradoura dentro da mesma empresa. Entrava como estagiário, subia de cargo respeitando o plano de carreira e era o mais respeitado quando tinha a posição do topo da pirâmide. Fomos praticamente criados para terminar o segundo grau, entrar na universidade depois fazer uma especialização. Hoje, ninguém se importa muito com diploma. O jovem é aplaudido quando monta seu negócio, falha e aprende com os fracassos. Os empreendedores são encorajados a continuar tentando e as empresas dão preferência pelo cara que arrisca, que já passou “perrengues” e sabe quais erros deve evitar. Coragem para arriscar e aprendizado com os erros supera qualquer diploma que até então era um super diferencial.
A pessoa que muda de emprego todos os anos é vista pelos recrutadores como o profissional que tem sede de mudança. O vídeo de Chamath Palihapitiya aborda muito bem esta questão.
Drogas para combater a idade
Além da preferência por jovens no mercado de trabalho, a questão idade é tão relevante que muitas empresas estão investindo milhões em pesquisas que já são popularmente conhecida biologia do envelhecimento. Doenças crônicas relacionadas à idade como câncer, Alzheimer, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral vêm junto com processo de envelhecimento e a nova abordagem fala em estender a “vida útil” das pessoas. Testes usam até o sangue de jovens para revigorar os mais velhos.
Peter Thiel, co-fundador do PayPal e o primeiro investidor do Facebook, tem 47 anos e disse recentemente que tomou hormônio de crescimento humano – HGH como parte do seu regime para atingir os 120 anos. Para estender sua longevidade ele segue uma dieta Paleo, não come açúcar, bebe vinho tinto, corre regularmente e doou mais de $ 6 milhões para a Aubrey de Grey’s Sens Foundation que é dedicada a estender a vida humana. O co-fundador da Google, Sergey Brin investiu $ 1,5 bilhões em uma instalação de pesquisa focada no combate a doenças relacionadas à idade e Larry Ellison, co-fundador da Oracle gastou mais de $ 335 milhões para apoiar a investigação de envelhecimento. Confira mais detalhes sobre o estudo no artigo da Ano Zero.
E você, como se sente ao disputar empregos com jovens com um terço da sua qualificação?