Se você gosta de San Francisco, Haight-Ashbury é um bairro imperdível para se conhecer. Na década de 60, as pessoas migraram de todas as partes dos Estados Unidos para fazer uma verdadeira revolução no local, mudando definitivamente a estrutura social e a visão do mundo sobre a cidade. A área ainda mantém o ar boêmio, com a prática de atividades artísticas e de e um estilo de vida pouco convencional que se reflete em todas as características da cidade.
Haight-Ashbury – O bairro mais louco de San Francisco

Popularmente chamado de The Haight, Haight-Ashbury é um bairro de São Francisco localizado em torno da esquina das ruas Haight e Ashbury, local super famoso pelo movimento hippie. O lugar é super descontraído, conta com pequenas boutiques de roupas e acessórios artesanais, lojas de discos, livrarias.
A história dos remanescentes dos anos 1950, da era do psicodelismo da década de 1960, do punk rock dos anos 1970, dos yuppies dos anos 1980 fazem parte dos aspectos mais interessantes da diversidade que ainda está presente em todos os cantos do bairro.

O bairro Hippie de San Francisco
Nos anos 1960, muitos jovens passaram a contestar a sociedade, o poder militar e econômico defendendo valores tradicionais. Os hippies, como eram conhecidos defendiam o amor livre e a não violência. O termo amor livre despreza estereótipos e acredita no amor sem posse. Já a não violência rejeita completamente o uso da violência para a conquista de objetivos sociais e políticos. O termo foi associado à luta pela independência da Índia, liderada por Mahatma Gandhi, e à luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, liderada por Martin Luther King. Eis então que surge o famoso lema: “Paz e Amor” que sintetiza bem a postura política dos hippie e o movimento por direitos humanos e igualdade.
As questões ambientais, a prática de nudismo e a emancipação sexual eram ideias respeitadas por estas comunidades que optaram por um modo de vida comunitário, e um estilo de vida nômade próximo a natureza, defendiam as religiões orientais, o budismo, o hinduísmo, não concordavam com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas.
Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, pois grande parte deles eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental e se inspiraram na religião e no jeito de viver. Seu principal símbolo era a figura circular com 3 intervalos iguais.

Os músicos famosos do Haight-Ashbury
Os movimentos de contestação foram impulsionados por artistas em geral. Diversos músicos e grupos de rock’n’roll, viviam há pouca distância da famosa interseção e eternizaram o local em diversas canções.

A principal delas: como San Francisco – Be Sure to Wear Flowers in Your Hair liderou as rádios.

Os cantores mais famosos da época, foram:
- Janis Lyn Joplin, que foi considerada a rainha do rock’n’roll, a maior cantora de blues e soul desta geração, tornou-se um dos ícones do rock psicodélico dos anos 1960 e morreu em 1970 devido a uma overdose de heroína.
- Jefferson Airplane formada em São Francisco no verão de 1965, foi a a pioneira do movimento musical psicodélico. Suas canção mais famosa foi Somebody to Love.
- Grateful Dead. O grupo era conhecido por seu estilo único em suas composições tinham elementos do Folk Rock, Country, Rock psicodélico e Space Rock. Os admiradores mais fanáticos ficaram conhecidos como“deadheads”. A louvação foi tanta e tão duradoura que leilões realizados em 2007, com objetos pessoais de um dos principais expoentes da banda, o Jerry Garcia, chegaram a arrecadar mais de um milhão de dólares.

A eclosão do movimento foi antecedida pela chamada Geração Beat, os beatniks, que caracterizava uma juventude anti-conformista. John Lennon, foi um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, com a sua banda – The Beatles. Alguém aí já ouviu falar nestes caras? 😀

No bairro tem a loja Amoeba, a mais famosa pela coleção do que você imaginar relacionado a música.

San Francisco ganhou reputação mundial
São Francisco e The Haight ganharam reputação na época devido a revolução dos jovens através da música, drogas e da prática do amor livre. Milhares de jovens migraram de todas as partes dos Estados Unidos para Haight-Ashbury, as pessoas defendiam que todos deveriam ter direito a comida, moradia e o dinheiro não era necessário, estes jovens foram conhecidos como os diggers.

Você vai ver muita figura por lá!

As pessoas que não tinham condições de pagar pelo aluguel, que eram a favor de um estilo de vida liberal e uma cultura underground, expressão usada para designar um ambiente que foge dos modismos foram todas para a Haight.

Assim, o local também se tornou o centro das drogas alucinógenas, principalmente do LSD e maconha.

Você vai ver muitas lojas do gênero.

Em consequência desta nova população, de uma crescente crise na saúde devido ao aumento de consumo de drogas e a falta de seguro saúde, fundou-se no Haight a primeira clínica médica grátis do país, cujo lema era “Saúde é um direito, não um privilégio”. Tema que parece super recente nos Estados Unidos.

Tem atendimento free até hoje lá!
O verão do amor em San Francisco

O Verão do Amor, em inglês Summer of Love, aconteceu em 1967, foi um fenômeno social com manifestações em várias partes do mundo. A passeata pela paz realizada Nova York reuniu cerca de 300 mil participantes e foi maior ato político realizado nos Estados Unidos até então. Na época o psicodelismo e a música ligada a este conceito de vida e artístico, estava se tornando moda no mundo inteiro, os cantores de San Francisco dominavam as estações de rádio do país. O rock psicodélico, rock com o substâncias psicodélicas foi parte da cultura dominante, a banda Big Brother and the Holding Company, que lançou Janis Joplin como vocalista era a principal delas e eles moravam no bairro.
O reflexo da cultura da Haight-Ashbury
Você pode presenciar a cultura desta época no mundo todo e San Francisco principalmente:
- Nas roupas rasgadas, para ir em oposição ao consumismo, ou roupas com cores berrantes para fazer apologia à psicodelia

- Além de diversos outros estilos incomuns, como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana

- Predileção por certos estilos de música, entre eles The Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The Doors, Pink Floyd, Bob Dylan, Raul Seixas, pra citar alguns

- Amor livre e sem distinções, tatuagens

- Consumo de produtos artesanais, opção por produtos naturais e orgânicos
- Vida em comunidades onde o capitalismo é deixado de lado. Normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Na Baía de San Francisco tem várias destas comunidades
- O incenso, misticismo e meditação são parte integrante da cultura hippie

- Uso de drogas, visando a “liberação da mente” e benefícios terapêuticos e espirituais do LSD.

- O tabaco era prejudicial à saúde, já uso da maconha era exaltado por seus efeitos psicofarmacêuticos

- Culto ao prazer livre, seja ele físico, sexual ou intelectual

- Muitos não se envolvem em qualquer tipo de manifestação política por privilegiarem muito mais o bem estar da alma e do indivíduo, mas assumem uma postura tendente à esquerda, geralmente elevando ideais anarquistas ou socialistas. São contra qualquer tipo de autoritarismo e preocupados com as questões sociais como a discriminação racial, sexual etc.

- Fome intelectual insaciável. Raramente são adeptos de muitas inovações tecnológicas, preferindo uma vida distante de prazeres materiais.
O bairro conta com várias lojinhas que valorizam exclusividade e tem muitos produtos bacanas feito a mão, as casas vitorianas nas redondezas são as mais lindas de San Francisco. Outro dia escrevi o post: Como se tornar um San Franciscano e agora o jeito deles de ser tem muita relação com o bairro.

O relógio na esquina das Haight-Ashbury é um dos mais fotografados de San Francisco. 4:20 para os bons entendedores é hora de fumar maconha, detalhe que o relógio marca esta hora o tempo todo!

Bora escutar a Wal e dar uma voltinha por lá 😀
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