Colaboração é o que faz do Vale do Silício um lugar único. As pessoas estão abertas para te ouvir em qualquer lugar. Se você diz que é de outro país elas admiram sua coragem de sair da zona de conforto. Se você fala inglês de um jeito diferente, elas dizem que seu sotaque faz parte de quem você é. O que quer que você faça é visto como algo especial. Precisa de ajuda? Todo mundo vai te estender a mão. O espírito colaborativo é algo tão encantador que chega a ser emocionante e ele está presente em todos os lugares.
Colaboração no Vale do Silício
Nas empresas você pode chegar às 10, sair às 4, trabalhar de casa, sair pra levar seu filho no jogo, gastar duas horas no almoço, parar meia hora pra jogar ping-pong. As regalias estão disponíveis pra te tornar uma pessoa mais produtiva. Se estiver bom pra você e projeto estiver bem feito e dentro do prazo. Seu chefe estará satisfeito também.
Aliás, a hierarquia é coisa do passado. O chefe não tem uma sala exclusiva, as empresas nem se quer tem paredes, justamente para não haver barreiras e facilitar que um departamento converse com o outro. Que o teu superior possa estar disponível para trocar uma ideia a qualquer momento. A foto abaixo é o cenário comum do ambiente de uma empresa do Vale do Silício.
Quando paredes são necessárias, elas são de vidro para mostrar transparência, afinal alguém tem algo para esconder?
As pessoas são incentivadas a compartilhar suas ideias o tempo inteiro. Adiciona aqui.
Tem muitas ideias? Desenha logo de uma vez.
O que está passando pela sua cabeça? Compartilha!
Está feliz, está revoltado? Diga o que você precisa mais e o que deseja menos.
Quer saber mais sobre as estratégias, as empresas abrem as portas para que outros empreendedores saibam o que eles estão fazendo de melhor.
Precisa de um feedback? De um mentor? Alguém sempre está disposto a ajudar. Não é à toa que todos os dias se houve falar de uma nova aceleradora ou espaço de coworking na Bay Area. A troca de informação que acontece nestes lugares é incrível. Você tem acesso aos melhores profissionais, a diversos serviços e do teu lado pode estar teu futuro sócio, um novo cliente, a pessoa que vai fazer parte do teu time. Hoje você dá uma aula e compartilha o que sabe, amanhã participa de um workshop e aprende algo novo. As atividades não param, é um entra e sai de pessoas, uma galera com sangue nos olhos, as pessoas compartilham o que erraram, o que fariam de outra forma, o que fazer, é muita troca.
O método de aprendizagem colaborativa e cooperativa têm sido frequentemente defendido no meio acadêmico também. Cada vez é mais comum ver as salas de aulas bem distintas do formato auditório em que os o professor fica lá na frente falando durante horas enquanto os alunos fingem que concordam e estão aprendendo. As salas de aula agora são todas planas, com mesas redondas, em que as pessoas são obrigadas a sentar uma do lado da outra e interagir o tempo todo.
Ouve-se muito por aqui sobre P2P, peer-to-peer ou Peer Instruction. Esta metodologia foi criada por Eric Mazur professor de Harvard, foi testada pelas melhores universidade e está se propagando ao redor do mundo. Neste método o professor não é o único responsável por ensinar e transmitir conhecimento. Ele dá o material, o aluno já vai pra aula ciente do conteúdo e a base da aula são perguntas e discussões entre os alunos. O professor ou instrutor neste caso passa a ser um estrategista, cada um resolve uma parte do problema e os alunos precisam interagir o tempo inteiro.. Esta forma de ensinar e aprender, segundo seus defensores, tornam os alunos mais responsáveis fazendo com que os estudantes possam assimilar conceitos e obter conhecimento de uma maneira mais autônoma.
Os recursos existentes nesta região são impressionantes. Todos os dias acontece um evento, um workshop, uma aula. A qualidade dos eventos é impressionante e a maioria deles são free. A cada evento, no mínimo 5 pessoas que tem pelo menos uma coisa nova para te acrescentar.
As pessoas estão dispostas a compartilhar o que sabem e querem te ouvir, e se não souberem nada que pode te acrescentar, estarão dispostas a te conectar com outras pessoas.
Boas conexões rendem cafés. Brasileiro é acostumado a dizer: Vamos fazer alguma coisa? Vamos, sim! E o dia de fazer algo nunca chega. Aqui qualquer pessoa que precisar de ajuda ou puder ajudar vai te chamar para um café, e os cafés iniciam com conversas informais e podem gerar bons negócios.
E esta cultura tem se propagado inclusive em produtos e serviços. Veja por exemplo empresas como Uber, Airbnb. Há alguns anos atrás a casa o carro eram os bens preciosos da família. Hoje as pessoas compartilham os quartos da sua casa com desconhecidos, o carro com quem precisa. A ideia de que as pessoas não necessariamente precisam ter coisas, mas sim acesso acesso à estas coisas quando precisarem tem ajudado a tornar o ser humano mais humano. E as pessoas estão ficando mais desapegadas, menos consumistas.
O conhecimento é a nova moeda e fazer o bem está na moda. Quem mora no Vale do Silício provavelmente já se questionou porquê as pessoas estão fazendo isso por mim, o que elas querem em troca? E no fundo elas não estão esperando nada em troca! E isto chega a ser emocionante.
Faça o seu melhor que a vida retribui, este é o lema por aqui.
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